Alguém poderá dizer, ‘desde 2011 o Régis está tentando a vitória’, mas não é a verdade, lá a muitos anos atrás com um deficiente caminhão Iveco, que naquela época não tinha apoio de fábrica, o gaúcho Boessio começou a buscar a vitória. Neste tempo a vitória era terminar uma corrida, a seguir com um caminhão Volvo a vitória era terminar entre os dez primeiros. O Régis ainda pilotou um caminhão Ford, neste período a vitória já foi participar da equipe do consagrado Djalma Fogaça. Mas hoje, dia 19 de maio de 2013, com caminhão Mercedes-Benz, todos nós gaúchos comemoramos a vitória na Fórmula Truck de Régis Boessio e podem ter a certeza, lá no Céu tem um torcedor muito especial, chamado Aurélio Batista Félix. Por isso, na etapa que leva o nome do Aurélio, nada melhor que a vitória de Régis Boessio, que tem como padrinho o criador da F-Truck. Assim, todos os brasileiros amantes da velocidade comemoram a vitória de Régis Boessio.

A CORRIDA
Na largada, Wellington Cirino, terceiro colocado no grid, ultrapassou Régis Boessio. Na primeira curva da prova, Adalberto Jardim saiu da pista e, ao voltar, desgovernado, atingiu Alberto Cattucci. Beto Monteiro, oitavo no grid, também fez uma largada produtiva e assumiu o sexto lugar. Roberval Andrade, em sua tentativa de recuperar a posição, envolveu-se num toque com Valmir “Hisgue” Benavides e saiu da pista, caindo para 11º.

Enquanto Andrade procurava os boxes com problemas no Scania do Corinthians, Totti completava a primeira volta com 1s385 de vantagem sobre Cirino. Vantagem que subiu para 2s452 depois de duas voltas e para 3s291 na terceira, quando Jardim, advertido pela direção de prova por conta do incidente na largada, saiu da pista e ficou com seu Volkswagen-MAN parado ao fim da reta oposta – o que ocasionou a entrada do Pace Truck na pista.

A essa altura, Luiz Lopes e Jansen Bueno, que foram desclassificados da tomada de tempos e largaram das últimas posições, já ocupavam a 12ª e a 14ª posição, respectivamente. José Maria Reis, que recebeu a mesma punição, era 19º. As duas voltas percorridas pelos pilotos sob bandeira amarela, atrás do Pace Truck, não foram computadas na cronometragem, seguindo o que determina o regulamento desportivo da Fórmula Truck.

Dada a relargada, com 14 minutos de corrida, Cattucci não conseguiu frear no ponto ideal e, com rodas bloqueadas, saiu da pista no mesmo ponto da pista onde houve o incidente com Jardim. Ao fim da reta oposta, Beto Monteiro recebeu aplausos da torcida com a ultrapassagem sobre Leandro Reis, que lhe valeu a quinta posição na prova. Na sétima volta, com problemas na turbina, o paranaense Jansen Bueno abandonou a prova à beira da pista.

Foi o mesmo instante em que Edu Piano foi convocado aos boxes, por determinação da direção de prova, por excesso de fumaça em seu caminhão Ford. Na abertura da oitava volta, Geraldo Piquet, até então oitavo colocado, estacionou seu Mercedes-Benz fora da pista ao lado da reta dos boxes. Após oito voltas, na intervenção programada do Pace Truck, os cinco primeiros eram Totti, Cirino, Boessio, Paulo Salustiano e Monteiro.

Atribuídos os pontos, Cirino tomou o caminho dos boxes na tentativa de sanar a queda de pressão no turbo. Com pontos de bonificação atribuídos aos cinco primeiros à volta do Pace Truck na pista, a relargada deu-se após mais duas voltas. Logo depois, Débora Rodrigues abandonou, com problemas na turbina. Diogo Pachenki, que largou dos boxes por conta de um problema na polia de seu Mercedes-Benz, assumiu a 11ª posição.

Com o caminhão de Débora estacionado em posição de risco na pista, o Pace Truck pilotado por Talula Pascoli foi acionado pela terceira vez. A essa altura, a equipe de Cirino, já com duas voltas de desvantagem em relação ao líder, providenciava a substituição da turbina de seu caminhão. Sua pretensão era de voltar à pista para, contando com o eventual abandono de mais pilotos, marcar pontos nos campeonatos Brasileiro e Sul-Americano.

A nova relargada marcou a tentativa de ultrapassagem de Boessio sobre Totti, pelo lado de fora da reta dos boxes. No complemento da volta, foi André Marques quem rodou ao fim da reta, saindo da pista – o paulista devolveu seu Volkswagen-MAN à pista logo em seguida. Salustiano, que largou com pneus menos desgastados, aumentava sua pressão sobre Boessio. A diferença entre os três primeiros colocados, após 11 voltas, era de 1s227.

Cirino retornou à pista a três voltas do líder, ocupando a 18º colocação, e precisava de quatro ultrapassagens para figurar na zona de pontuação. Totti, líder com menos de um segundo à frente de Boessio, apresentava vazamento no reservatório de água do sistema de freios. Felipe Giaffone, seu companheiro de equipe e recordista de vitórias em Caruaru, abandonou a corrida na 14ª volta, com problemas no motor de seu caminhão MAN.

O toque entre Cattucci e Rogério Castro, companheiros de equipe na ABF/Volvo, permitiu na 17ª volta que Marques, buscando reabilitação, tomasse a 11ª colocação – passou a ser décimo instantes depois, quando Pachenki, oitavo colocado, estacionou nos boxes com quebra na turbina. Boessio, em segundo, completou a 19ª volta a 0s691 de Totti. A diferença chegou a 0s557 na volta seguinte, quando os dois quase se tocaram ao fim da reta.

Na abertura da penúltima volta, Boessio ameaçou tentar pressionar Totti pela linha externa da pista, ainda na reta, e encontrou espaço por dentro no contorno da primeira curva para fazer a ultrapassagem que lhe deu a liderança. Luiz Lopes, em nono, recebia punição por excesso de velocidade no ponto da pista onde um radar limita o tráfego a 160 km/h. Monteiro, quarto, intensificou a pressão sobre Salustiano na disputa pelo terceiro lugar.

Quando abriu a última volta, Boessio estava 2s495 à frente de Totti. No duelo pelo terceiro lugar, Salustiano e Monteiro tocaram seus caminhões várias vezes, permitindo a aproximação de Reis, que chegou a tirar seu Scania para a grama para evitar uma batida no caminhão do piloto da casa. Na reta final, Salustiano tomou a segunda posição de Totti, que levou seu Volkswagen-MAN ao terceiro lugar. Monteiro e Reis completaram o pódio.

A classificação do Campeonato Brasileiro de Fórmula Truck depois de três corridas é a seguinte:
1º) Salustiano, 70 pontos;
2º) Boessio, 69;
3º) Cirino, 38;
4º) Totti, 35;
5º) L. Reis, 27;
6º) Pachenki e Benavides, 26;
8º) Monteiro, 25;
9º) Piquet, 23;
10º) Marques, 22;
11º) Maistro, 20;
12º) Fogaça, 14;
13º) Cattucci, 10;
14º) Andrade, 8;
15º) Kastropil e J. Reis, 7;
17º) Muffato e Bueno, 6;
19º) Lopes, 4;
20º) Cattucci, 3;
21º) Rodrigues, 2;
22º) Piano, 1.

Pelo Campeonato Sul-Americano, que chegou à metade na corrida em Caruaru, a nova classificação é esta:
1º) Boessio, 43 pontos;
2º) Salustiano, 41;
3º) Cirino, 38;
4º) Totti, 34;
5º) Piquet, 23;
6º) Benavides, 22;
7º) Monteiro, 14;
8º) Maistro, 13;
9º) Fogaça e L. Reis, 12;
11º) Cattucci e Marques, 10;
13º) Pachenki e J. Reis, 6;
15º) Kastropil, 5;
16º) Lopes, 4;
17º) Rodrigues, 2;
18º) Bueno, Monteiro e Piano, 1.

Na disputa pelos títulos de marcas da Fórmula Truck, depois da etapa de Caruaru, a tabela de pontuação do Brasileiro passa a ser a seguinte:
1º) Mercedes-Benz, 171 pontos;
2º) Iveco, 54;
3º) Scania e MAN, 51;
5º) Volvo, 39;
6º) Ford, 13.

No Campeonato Sul-Americano, a pontuação depois da etapa de Caruaru é esta:
1º) Mercedes-Benz, 109 pontos;
2º) Iveco, 40;
3º) MAN, 39;
4º) Volvo, 24;
5º) Scania, 23;
6º) Ford, 13.

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Com informações de Grelak Comunicação, RF1 Jornalismo e imagem de Victor Manoel Tavares Gomes